quarta-feira, 30 de março de 2011

"(...) As duas meninas sonham. As duas meninas estão no mesmo livro. O menino não. O menino espera fora dessa história, talvez nem case com ninguém no final.
As meninas sonham como Alice, Alice no País das Maravilhas. Elas sonham com o buraco por onde se meteu o coelho branco apressado, elas querem entrar também. O buraco em que elas querem  muito entrar chama-se televisão. E naquele buraco irresistível no meio da sala eis que aparece uma fresta, uma oportunidade de entrar: o Big Brother e todos aqueles gatos e seus sorrisos de gato. E todos aqueles chapeleiros malucos e seu chás. E todas aquelas festas e provas malucas. E todas aquelas rainhas a cortar cabeças. E todos aqueles líderes. E todas aquelas cartas e o baralho de gente. E todas aquelas portas, fechaduras, cadeados.
Tantas chaves e tanta vontade de mergulhar, despencar naquele buraco, pirar geral para o reino inteiro ver. Crescer até não caber em si. Encolher até caber no buraco de saída(...)".
"(...)Beleza por beleza, já foi dito sete séculos antes de Cristo: quem é belo o é naquele instante quando está diante dos olhos. Quem também é bom o será agora e sempre(...)".
"(...)O medo sempre surge de não saber, do que a gente desconhece, do que a gente ignora. Como disse nessa frase Guimarães Rosa, o medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.

Quem diz que não tem medo pode simplesmente estar se pelando de medo do medo. O que pode ser duas vezes medo, correr duas vezes perigo. Necessário, o medo é necessário, salva-vidas. É preciso coragem para sentir medo(...)".
"(...) Está duro encontrar firmeza, sabe? Onde foram parar os homens com H da vida? Está faltando homem com pegada, está faltando homem que assuma seus afetos, homem que se apaixone e que se dane o que os outros pensem, o que a sociedade aplauda ou condene. Está faltando homem. Homem que aguente as consequências de seu desejo, que defenda as razões de seu coração(...)".
"(...)A hora do espanto. Qual é a hora do espanto? Não estou falando de sustos, de filmes de terror. A hora do espanto não aterroriza, ao contrário, maravilha. Acordar e ficar besta com o fato de estar vivo. Apreciar o milagre que é abrir a torneira e sair água. Se beliscar, doer. Ganhar um carinho, ter prazer. Toda hora é hora do espanto. Tem gente que não perde nunca essa capacidade de não achar tudo muito natural. E não é.
Olha só, gente, por exemplo: brincando em um programa de televisão de simular a vida e a disputa por um tesouro com homens e mulheres presos em uma casa bacana, e olha quanta diversão a gente tira disso. Quanta coisa a descobrir, quanta coisa a aprender. Sim, sim!
E vocês não sabem, tem uma novela nova. Nova novela das nove, é, porque agora a novela das oito chama novela das nove. Para vocês verem que até uma instituição tradicional como a novela das oito teve que ajustar a hora aos novos tempos. É, pois é.
Pois bem, a novela chama-se Insensato Coração. Volta e meia, a novela usa o refrão do eterno hit dos Rolling Stones, Satisfaction. Em tradução livre, I can't get no satisfaction, nunca é bastante para mim. Satisfaction, o hino do século XX se bobear. Se bobear, o hino da espécie humana. Nunca é bastante para a gente. É um espanto, não adianta fingir que é tudo natural(...)".
"Um grande estadista do século XX disse: "aqueles que se atrasam são castigados pela própria história". O povo diz: "quem não arrisca, não petisca"".

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Morte Devagar - Martha Medeiros.

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Desejo a todos, um ótimo finzinho de semana! =)
Bjs, bjs...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Anjos e Demônios!

Bem... Hoje vou falar um pouquinho do livro "Anjos e Demônios" do pouco conhecido DAN BROWN! HAHA
Bom, pra começar a conversa, eu comecei tudo errado:
1º Vi o filme ANTES de ler o livro;
2º Li O CÓDIGO DA VINCI, ANTES dele, sendo que a ordem cronológica é ao contrário;
3° Li dois livros do Dan Brown, um logo atrás do outro, erro cruel.

Vejam bem, não estou dizendo que não gosto de Dan Brown, ou que o cara não seja bom, dizer isso seria assinar meu atestado de ignorância. PELO AMOR DE DEUS! O cara é um gênio. Ter inteligência e capacidade suficiente pra a partir de tecnologias já existentes, CRIAR novas, exemplificando cada detalhe do processo, atrelar um mistério a isso e desenvolver toda trama é simplesmente genial.
O que NINGUÉM pode negar é que Dan Brown é tão inteligente na síntese que acaba se esquecendo de mudar uma coisa muito importante em seus romances: os personagens.
Sempre o mocinho REinteligente, a mocinha que vai auxilia-lo na trama toda, e o vilão que SEMPRE se encontra entre os "bonzinhos" e que na maioria das vezes é o chefe, o mais queridinho de todos, o que mais se presta a "ajudar" a dupla. Isso é MUITO cansativo, porque é SEMPRE a mesma coisa.
Quando li Fortaleza Digital (me perdoem o termo de baixo escalão), foi broxante! A semelhança da história com Ponto de Impacto (nesse sentido de personagens) é gritante, enjoativo, cansativo, um saco.
Falta eu ler ainda O Símbolo Perdido, que eu já comprei, mas vou esperar um pouco agora! haha
ANJOS E DEMÔNIOS
Depoiis que terminei de ler Anjos e Demônios, li "A Perseguição" do Sidney Sheldon, é bonzinho, porém meio infantil, tanto que li em uma tarde, ele tem livros melhores com certeza!
Agora estou lendo "O Último Adeus de Sherlock Holmes" que fazia horas que eu estava me programando, mas não conseguia pegar. Mas com essa história de volta as aulas, acho que ele vai demorar um pouquinho pra ser terminado! Vamos ver...
Um ótimo dia pra todo muuundo!

Beijinho, beijinho! =**